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quarta-feira, 20 de abril de 2016

Renan critica Cunha: 'Tentativa de interferir no Senado só vai atrapalhar'

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), durante leitura do processo de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff, sob denúncia de crime de responsabilidade - 19/04/2016

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), criticou nesta quarta-feira a atitude do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de pressionar o Senado a agilizar o processo de afastamento contra a presidente Dilma Rousseff. Renan citou diretamente Cunha e afirmou que a sua cobrança em cima dos trabalhos da Casa só tendem a "atrapalhar" o processo.
"Quanto mais o presidente da Câmara tentar interferir no ritmo do processo no Senado, sinceramente, ele só vai atrapalhar. A paralisação da Câmara não ajuda o Brasil. Ela só atrapalha ainda mais a situação que já é muito ruim", disse Renan, ao chegar nesta quarta-feira ao seu gabinete.
Na noite de terça-feira, Eduardo Cunha afirmou que o Congresso ficará paralisado enquanto o Senado não decidir sobre o afastamento da presidente. "A Câmara derrubou o governo. O Senado ainda não confirmou isso. Como vão ficar as relações? Semana que vem o governo não é reconhecido pela Casa. Semana que vem temos uma ainda presidente da República e ninguém vai reconhecer absolutamente nada. É uma paralisia do Congresso Nacional, até o Senado decidir", disse Cunha.
Diante da cobrança por maior celeridade, Renan disparou que, enquanto a Câmara avaliava o processo de impeachment, o Senado deliberava sobre questões de extrema importância para o Brasil, como a regulação do pré-sal e o desaparelhamento de fundos de pensão. "Eu sinceramente não acredito que olockout ajude o país. Nós temos que separar as matérias de interesse do Brasil e de interesse de governos, que são efêmeras, passageiras", disse Renan. Ele também lembrou que o processo de impeachment na Câmara foi o mais demorado da história - cerca de 4 meses de tramitação - porque abriu brechas para a judicialização do caso.
Em nota, Cunha respondeu ao colega de partido. Diz que em momento algum declarou que paralisaria os trabalhos da Casa e reafirmou o que disse ontem. "Enquanto o Senado não tomar uma decisão, o governo não existe mais politicamente para a maioria da Casa. Os deputados não votarão matérias do governo após autorizar os senadores a processar a presidente por crime de responsabilidade".

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