Adolescentes teriam matado vítima durante tentativa de assalto, em Outeiro.
Jean Fradepreste viajava pelo mundo com a esposa e foi morto a tiros.
A Justiça determinou que os dois adolescentes suspeitos de terem matado o turista francês Jean Pierre Fradepresle, morto a tiros na última sexta-feira (22), em Outeiro, distrito de Belém. Segundo informações do Ministério Público divulgadas nesta segunda-feira (25), o juiz Élder Lisboa Ferreira da Costa, Titular da 1ª Vara de Fazenda Pública da Capital, autorizou a manutenção da custódia e a internação provisória dos adolescentes com idades de 15 e 16 anos.
Na decisão, o magistrado afirmou que nos autos há indícios suficientes de autoria e materialidade do ato infracional imputado aos adolescentes. "As condutas representam uma falha imperdoável do Estado, da Sociedade, da Família e dos próprios adolescentes, que necessitam de uma atuação conjunta deste mesmo Estado, desta mesma sociedade e desta mesma família no sentido de redirecioná-los ao caminho do bem”, declarou.O juiz determinou o envio dos autos à Vara da Infância e Juventude para a instauração do procedimento nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo o processo, os adolescentes irão responder pela prática de ato infracional tipificado como latrocínio.
O caso
O turista foi baleado no coração e morreu durante uma tentativa de assalto na ilha de Outeiro na noite de sexta-feira (22). Ele e a esposa estavam dentro de uma van no estacionamento da Praia do Amor. Na noite do crime, um grupo de assaltantes tentou invadir o veículo e o turista foi baleado ao reagir. O grupo fugiu sem levar nada do casal.
Um homem de 19 anos foi preso e dois adolescentes apreendidos, suspeitos de envolvimento na morte de Jean Pierre. Todos prestaram depoimento na Divisão de Homicídios.
O casal de franceses viajava pelo mundo há cerca de 10 anos e estava há aproximadamente sete meses no Brasil. Segundo o Consulado da França, a família de Jean Pierre ficou muito abalada com a morte.
“Eles ficaram chocados e não tinham definição de como fariam o transporte do corpo, se ele seria cremado ou o corpo transportado. Estamos aguardando alguns documentos protocolares junto às autoridades brasileiras para liberar o corpo ainda hoje (25). É necessário um ou dois dias para a cerimônia de cremação”, explicou o cônsul Sérgio Galvão.
O cônsul diz que há algumas ocorrências de furtos e roubos contra turistas, mas que a violência não é regra no estado. “O Pará não tem nenhuma diferença com relação à situação geral de violência, o padrão segue os mesmos do Brasil. Temos uma comunidade francesa muito grande que mora aqui e a gente se sente muito bem no Pará. O que aconteceu sexta-feira foi uma tragédia”, afirma Galvão.
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