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quarta-feira, 9 de março de 2016

'Demos voto de confiança a polícia, mas está acabando' diz pai de Beatriz

Pais da menina pediram agilidade da polícia nas investigações. 
Beatriz foi assassinada no dia 10 de dezembro em uma escola particular.


Retrato falado do suspeito de matar garota Beatriz, em Petrolina (Foto: Thays Estarque/G1)
retrato falado do suspeito

 Os pais da menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, assassinada a facadas no dia 10 de dezembro de 2015, durante uma festa no colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, concederam, nesta quarta-feira (9), uma entrevista coletiva para falar sobre o caso. O professor de inglês Sandro Romilton e Lúcia Mota aproveitaram a ocasião para cobrar mais agilidade das autoridades em relação ao andamento das investigações.
Um dia antes de completar três meses do assassinato de Beatriz, Sandro explicou porque só agora resolveu se pronunciar e justificou o silêncio e a ausência da família nas manifestações.“Nos primeiros 60 dias, nós não estávamos em condições físicas e mentais de poder participar, cobrar, porque foi muito injusto, foi muito cruel conosco tudo o que aconteceu. Não só pelo fato de perder uma filha, mas pela situação que foi. Além de sentir uma dor, ter que raciocinar quais seriam os próximos passos, o que deveria fazer”, relatou.
Marceone Ferreira, delagado da 26ª Delegacia Seccional de Petrolina (Foto: Taisa Alencar / G1)


Em relação as investigações, Sandro enfatizou que a partir de agora cobrará justiça de forma mais eficaz, destacando que avisou ao delegado responsável pelo caso, Marceone Ferreira, que aumentaria o tom das cobranças.
“É inadmissível tanto tempo assim e não ter dado nenhuma resposta para a gente, para a sociedade. Tudo bem que as investigações ocorrem em sigilo, tem o segredo de polícia, mas para o pai e uma mãe que não entende o que se passou com a filha, é desesperador", lamenta o professor.
Sandro espera ter uma conversa com o governador do Estado de Pernambuco, Paulo Câmara, para que alguns pontos sejam esclarecidos. "A gente fica em uma angústia incalculável. A polícia de Pernambuco não nos deve favor, eles têm a obrigação de resolver esse caso. Seja o que for, doa a quem doer, custe o que custar, nós queremos essa resposta para ontem. O delegado nos pediu paciência, nós demos um voto de confiança a polícia, mas está acabando”, falou o pai.
“Gente, alguém viu alguma coisa. É impossível que uma daquelas três mil pessoas não tenha visto algo. Eu participei de todas as comemorações dos meus filhos na escola. Aquele bebedouro não é algo escondido. É extremamente movimentado, principalmente pelas crianças. Do lado do bebedouro tem um parque, ali é uma passagem. O local escolhido não foi por acaso, tem um porquê. E temos a obrigação de questionar o poder público e judiciário por respostas”, afirmou a mãe de Beatriz.
A polícia de Pernambuco não nos deve favor, eles têm a obrigação de resolver esse caso.
Sandro Romilton, pai
Apesar do sigilo, Sandro quer que algumas informações sejam repassadas. “Queremos saber quem está contribuindo com o caso, quem não está contribuindo, o que dificultou, quais os erros de abordagem no início das investigações, quais os suspeitos”.
O professor lamenta ainda o fato da cena do crime não tenha sido preservada. “Se a escola tivesse sido interditada no primeiro momento, se a cena do crime tivesse sido preservada, seria diferente. Porque o que aconteceu lá, foi que na hora que aconteceu, todos os que estavam presentes, as irmãs, as coordenadoras, os pais de alunos e estudantes foram embora. As pessoas da rua que entraram. Poluíram a cena do crime. Policiais despreparados. Não interrogaram ninguém. Se a escola tivesse sido interditada, se tivéssemos o apoio da instituição, estaríamos em outro caminho”, explica
Retrato falado do suspeito de matar garota Beatriz, em Petrolina (Foto: Thays Estarque/G1)

Contrariando o que foi dito pela polícia, de que oretrato falado do suspeito foi finalizado apenas em Recife, na capital pernambucana, Sandro disse que cerca de 15 dias antes, já tinha tido acesso ao material.
“Nós já tínhamos contato com essas imagens anteriores. Foram testemunhas oculares, de acordo com o delegado Marceone, que viram uma pessoa estranha perto do bebedouro, que descreveram como seria essa pessoa e foi feito dois retratos falados. Minha esposa não participou diretamente dessa elaboração. O papel da minha esposa foi escolher entre uma dessas duas imagens”.
Para ajudar nas investigações, a família confirmou que mais uma força tarefa de Recife chegou aPetrolina para trabalhar no caso. “São profissionais da inteligência de Pernambuco, um delegado e mais quatro acompanhantes, que tem uma dinâmica diferente, um trato diferente com as coisas. A gente acha que tendo uma visão diferenciada por outro ângulo possa ser que ajude de alguma maneira”, avaliou Sandro. Atualmente, 22 pessoas trabalham exclusivamente no caso Beatriz


 A menina Beatriz Agélica Mota, de 7 anos, foi assassinada com cerca de 42 facadas durante uma aula da saudade das turmas do terceiro ano do colégio Nossa Senhora Auxiliadora, no dia 10 de dezembro. A criança saiu de perto da mãe para beber água e não retornou. O corpo foi encontrado minutos depois, em uma sala de material esportivo que estava desativada. Até o momento nenhum suspeito foi preso.

Em um momento as imagens registram a hora em que a menina conversa com Lúcia Mota, de acordo com depoimento da mãe, esse é o momento em que ela pede para beber água em um bebedouro próximo ao local. Esta é a última vez em que Beatriz aparece nas imagens.

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