O novo capítulo da crise no sistema ocorreu na noite de terça-feira (8).
Detentos foram atingidos durante um tumulto registrado no pátio.
A crise parece não ter fim no Sistema Penitenciário de Pernambuco. Dois detentos foram baleados no fim da noite de terça-feira (8), no Presídio Agente de Segurança Penitenciária Marcelo Francisco de Araújo (Pamfa), que integra o Complexo do Curado (antigo Aníbal Bruno), Zona Oeste do Recife.
Wagner Cruz de Brito e Joab Marques de Pontes foram atingidos por tiros efetuados por policiais da Guarda Externa da unidade. No momento do tumulto, estava faltando energia por causa de uma pane.
Os militares tentaram conter uma confusão ocorrida no pátio da unidade e acabaram atingindo os detentos. Wagner e Joab foram levados ao Hospital Otávio de Freitas (HOF), no Sancho, Zona Oeste do Recife. O estado de saúde deles é considerado grave.
Este foi mais um capítulo da grave crise do Complexo do Curado. Este ano, houve fuga em massa e duas explosões no muro. A última investida dos bandidos aconteceu no sábado (5).
Superlotado, o complexo é alvo de dossiê elaborado pelo Ministério Público de Pernambuco, que aponta a desativação das unidades como solução para os problemas do sistema penitenciário.
Entenda o caso
Após a explosão ocorrido no sábado, o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, afirmou que a saída para evitar novas tentativas de fuga semelhantes é a realização do 'envelopamento' do muro do complexo prisional. Esse reforço estrutural, com a construção de um muro reforçado, já tem verba assegurada (R$ 7 milhões), mas o início da obra esbarra na burocracia.
Nós já estamos com o projeto pronto. Nós vamos envelopar todos os presídios com concreto armado. Esses presídios são do ano de 1970 e ainda estão com a estrutura de tijolo singelo e, consequentemente, vulnerável”, ressaltou Eurico.
Para que o iniciativa saia do papel, há necessidade de dispensa de licitação. Mesmo assim, Pedro Eurico acredita que as obras deverão começar em até um mês e deverão ficar prontas em um período de 120 dias.
O secretário estadual de Ressocialização, Éden Vespasiano, afirma que a série de tentativas de fuga é uma resposta às mudanças impostas aos detentos. “Acho que isso mostra também a importância do trabalho que está sendo feito não só de recompor a segurança, a parte estrutural dos presídios, reforçando a questão dos equipamentos de segurança dos agentes. Tudo isso passa pela mudança de disciplina interna e no aperto que nós estamos dando no sistema prisional”, completa o secretário.
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